terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Reunião denife território do FSM Amazônia 2009


UFPA, UFRA, NPI, Embrapa, UEPA e Museu Emilio Goeldi devem formar o Corredor FSM e abrigar os eventos e o público de 120 mil pessoas.

O território do Fórum Social Mundial Amazônia 2009 (FSM), processo de mundialização das lutas por outra globalização, que em janeiro no ano que vem aporta em Belém, começa a ser definido. Dia 13 de janeiro, às 10h30, no auditório da reitoria da UFPA, o Comitê Local do FSM se reúne com reitores de UFRA, UFPA, Uepa, além de diretores do Museu Emílio Goeldi, Embrapa, NPI, governos federal, estadual e municipal, para definir os locais que abrigarão as atividades e acampamentos para os cerca de 120 mil participantes que o fórum espera reunir em sua primeira edição na Amazônia.
A idéia defendida pelo Conselho Internacional (CI) do FSM, coletivo com mais de 100 entidades de diversos países, é que em Belém o fórum possa ser centralizado em um único corredor de espaços. UFPA, NPI e UFRA foram os locais sugeridos pelo CI para abrigar o FSM Amazônia 2009. Em outubro de 2007, na reunião do CI em Belém para a preparação do FSM, uma representação de entidades de 33 países, membros do CI, visitou vários pontos da capital paraense e a escolha de UFPA e UFRA foi unânime entre os membros do conselho, como os locais mais apropriados para a realização do fórum.
Aldalice Otterloo, membro do Comitê Local e do CI do FSM, lembrou que a centralização das atividades em espaços próximos se faz necessária, pois, diferente de Porto Alegre,-cidade que abrigou quatro edições do FSM-, Belém estará em pleno inverno amazônico, portanto, com longos períodos de chuva, dificultando a movimentação dos participantes. Outro problema que poderia ser atenuado com a centralização nesse chamado Corredor FSM, é a dificuldade quanto ao transporte público da capital, já deficitário e que em janeiro de 2009 receberá um acréscimo de mais de 100 mil usuários em pelo menos sete dias.
Além de definir o território e visualizar os ajustes necessários desses espaços quanto à infra-estrutura e logística para efetivar as atividades, sempre superlativas do FSM, o Comitê Local quer, com esse encontro, criar espaços de diálogo entre os movimentos sociais, a academia e os institutos de pesquisa na Amazônia. Aldalice adianta que esse diálogo é imprescindível para a realização do FSM Amazônia, união para debater sobre qual o significado do FSM na Amazônia e para a Amazônia; e que conhecimentos estão sendo produzidos tanto pela academia quanto pelos movimentos sociais da Amazônia para responder aos desafios impostos pelo modelo de desenvolvimento vigente.
Participam da reunião os reitores de UFPA, UFRA, e os prefeitos dos dois Campus/NPI, além dos diretores do Centro de Ciências Naturais da Uepa, Embrapa, Museu Goeldi, e representantes dos governos federal, estadual e municipal.
O resultado da reunião de amanhã será a pauta da próxima reunião do CI do FSM, que ocorre em Março, na Nigéria. “Juntos, vamos fazer o levantamento dos investimentos precisam ser feitos nesses locais para a realização do FSM, assim como iniciar os processos de captação de recursos e parcerias com os governos federal, estadual e municipal, além de empresas locais, nacionais e internacionais com responsabilidade social”, informou Otterloo.

FSM – Um breve histórico
O Fórum Social Mundial é um espaço de debate democrático de idéias, aprofundamento da reflexão, formulação de propostas, troca de experiências e articulação de movimentos sociais, redes, ONGs e outras organizações da sociedade civil que se opõem ao neoliberalismo e ao domínio do mundo pelo capital e por qualquer forma de imperialismo. A primeira edição do FSM ocorreu em 2001, em Porto Alegre, reunido cerca de 20 mil pessoas de pouco mais de 15 países. Em 2002, também em Porto Alegre, o número passou para 50 mil. Já em 2003, terceiro ano seguido no Brasil e na capital gaúcha, o total de participantes superou os 100 mil de mais de 100 países. Em Mumbai, na Índia, em 2004, a quantidade de participantes caiu para 74 mil, mas de volta a Porto Alegre, em 2005, os inscritos somaram 155 mil.
Em 2006 o FSM foi descentralizado com a primeira edição policêntrica. Foram três cidades-sede do fórum: Bamako (Máli), com 10 mil participantes; Caracas (Venezuela), 80 mil, e Karachi (Paquistão), com 30 mil participantes.
Nairóbi, no Quênia, abrigou o FSM 2007 com público estimado em 70 mil participantes.
Em 2009, em sua primeira edição na Amazônia, a expectativa é reunir pelo menos 120 mil pessoas, de cerca de 150 países.

Comitê Local
O Comitê Local do FSM Amazônia 2009 é formado pelas seguintes entidades: ABONG (Associação Brasileira de Ongs); CUT; MST/Via Campesina; AMB (Articulação de Mulheres Brasileiras); AMNB (Articulação de Mulheres Negras Brasileiras); GTA (Grupo de Trabalho Amazônico); MMM (Marcha Mundial das Mulheres); UNE (União Nacional dos Estudantes); UJS (União da Juventude Socialista); RECID (Rede de Educação Cidadã); FAOR (Fórum da Amazônia Oriental); UNAMAZ (União das Universidades da Amazônia), além dos coordenadores dos Grupos de Trabalho –GTs: Comunicação, Informação e Memória; Metodologia e Programa; Mobilização; e o de Recursos e Logística.